Banhado de Pernambuco... eu nunca mais vou secar; batizei-me nessas águas... açudes de mungunzá; vesti-me dos esplendores, variações multicores da cultura popular. Banhado de Pernambuco... não vou despernambucar! (Jorge de Souza)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Livro da Semana


Um amante da música de Nara Leão, o escritor radicado no Recife, Cássio Cavalcante, dedica-se há dez anos ao projeto de contar a história de uma das maiores cantoras do Brasil, que ficou conhecida com a musa da Bossa Nova. O resultado deste trabalho é um livro muito bem acabado com 786 páginas, onde o leitor poderá acompanhar através de textos e fotos, a trajetória da cantora, que teve diversos clássicos feitos especialmente para ela, dentre eles, “O Barquinho” e “Lobo Bobo”.
Apesar do lançamento estar previsto para o dia 14 de março, esta coluna teve acesso à biografia intitulada “Nara Leão – A Musa dos Trópicos”, cujo prefácio é assinado pelo cineasta Cacá Diegues, ex-marido da cantora, com quem teve dois filhos. “Nara Leão foi uma das mulheres brasileiras mais importantes do séc. XX. Por sua independência, inteligência, insatisfação e inquietação que a fez descobrir, para todos nós, tanta coisa nova que se tornou definitiva. Além, e claro, do enorme valor artístico do seu canto,” discorre Cacá. Ao escrever o livro, o autor se deparou com traços peculiares da personalidade da cantora: “Ela era os dois extremos, tanto era a mais doce das criaturas, como a mais rigorosa e corajosa. Em plena ditadura militar ela disse que o Exército Brasileiro não servia pra nada. Quiseram prendê-la, e nessa ocasião Carlos Drummond fez um poema para os militares não prenderem Nara Leão. A cantora acabou se exilando na França.” Para o autor, um dos mitos que envolvem a cantora é falso. “Todo mundo reclamava que Nara Leão não gostava de dar entrevista, e eu descobri que ela deu muita entrevista. Ela só não gostava de falar da vida pessoal,” diz Cássio, que usou também como fonte de pesquisa, diversas entrevistas da cantora. Outra colaboração muito importante foi a do último amor de Nara, Marco Antônio, que cedeu várias fotos do acervo particular dele, bem como informações e documentação.

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